Síndrome dos Ovários Micropolicísticos
A desordem conhecida como a síndrome do ovário policístico (SOP) foi inicialmente descrito por Stein e Leventhal em 1935. Há pouca discordância de que a SOP deve ser considerada uma síndrome (conjunto de sinais e sintomas), em que nenhum teste único é diagnóstico. Em essência, o todo (ou avaliação global) é maior do que a soma dos recursos individuais. Contudo, estabelecendo uma visão clara, contemporânea e baseada em evidências definição para esta síndrome tem importantes aspectos clínicos e implicações. No entanto, a definição de SOP continua a gerar controvérsia.
Clinicamente, diagnosticar uma mulher com SOP implica em um risco aumentado de infertilidade, sangramento disfuncional, carcinoma de endométrio, obesidade, diabetes mellitus tipo 2, dislipidemia, hipertensão e doenças cardiovasculares.
Quatro características principais podem ser observadas na SOP:
1) disfunção ovulatória e menstrual,
2) hiperandrogenemia,
3) características clínicas de hiperandrogenismo,
4) ovários policísticos.
Disfunção menstrual clinicamente evidente, como oligoamenorréia ou sangramento uterino anormal, pode ser observada na maioria dos pacientes com SOP.
Critérios de Rotterdam (European Society of Human Reproduction and Embryology and American Society for Reproductive Medicine) para Síndrome dos Ovários Policísticos:
Presença de dois dos três critérios a seguir:
a) menos de seis ciclos ao ano ou amenorréia;
b) hiperandrogenismo (clínico ou laboratorial);
c) imagens sugestivas de ovários policísticos.
Presença de dois dos três critérios a seguir:
a) menos de seis ciclos ao ano ou amenorréia;
b) hiperandrogenismo (clínico ou laboratorial);
c) imagens sugestivas de ovários policísticos.
Ainda pelo consenso de Rotterdam, o aspecto ultrassonográfico do ovário policístico é definido pela presença de 12 ou mais folículos medindo entre 2 mm e 9 mm e/ou aumento do volume ovariano (maior que 10 cm³).
O critério não pode ser utilizado nas pacientes em uso de anticoncepcional, bem como quando existe um folículo dominante (maior que 1,0 cm) ou corpo lúteo ou outras alterações que levem a um aumento do ovário. Nestes casos, deverá ser feita uma nova avaliação num próximo ciclo.
A mulher que apresentar ovário policístico à ultrassonografia na ausência de clínica sintomática ou laboratorial, sem problemas ovulatórios ou hiperandrogenismo não deve ser considerada como portadora da Síndrome dos Ovários Policísticos.
É importante salientar que, embora a morfologia ovariana policística ao ultrassom possa ser encontrada em aproximadamente 75% das pacientes com SOP, chama a atenção que essa morfologia pode ser encontrada em até 20% de mulheres normais.
Referências Bibliográficas: